sexta-feira, 8 de novembro de 2024

Poemas com Dedicatória (um)



Um Homem

Um homem que altura tem?
Como se mede a sua dimensão?
Será que é o metro que convém
Quando se quer medir um coração?
 
A medida dum homem não existe,
Um homem não cabe nas medidas,
Um homem é aquilo que persiste
E vive numa vida muitas vidas.
 
Um homem, se o é, é vertical,
É forte e fraco, é meigo e duro,
Corajoso no medo, tímido e frontal,
Céptico e crente, humilde mas seguro,
 
Amigo sem prazo ou condição,
Louco e lúcido, frio e apaixonado,
Consciente do erro ou da razão,
E à honestidade agrilhoado.
 
Pássaro livre que voa em qualquer céu,
Bruta fera em defesa dos caídos
Que mil vezes morreu e renasceu
Nos caminhos achados e perdidos.
 
E mesmo quando fica a sós consigo
Não há ditaduras que o domem…
É por isso que te digo meu amigo:
Tens a medida certa, és um homem!
 
Nogueira Pardal


Nota: Houve vários amigos que escreveram poemas dedicados a Fernando Barão, em mais uma homenagem que lhe foi feita no seio da SCALA, na passagem do seu 85.º aniversário, que iremos publicar por aqui, neste Novembro, que ainda é pouco invernoso...


(Fotografia de Gena Souza) 


quinta-feira, 17 de outubro de 2024

A Cerimónia de Lançamento do Livro...


A ausência de qualquer imagem, fez com que a crónica da cerimónia do lançamento do livro sobre Fernando Barão, fosse adiada por alguns dias (obrigado, Gil...).

Mas era impossível não escrever sobre a tarde de 12 de Outubro, que se revelou memorável, graças ao aparecimento das mais de cem pessoas (algo de invulgar nos dias que correm...), que lotaram a Sala Pablo Neruda, do Fórum Romeu Correia. Tantos amigos que não faltaram a este encontro, para o homenagear, recordando-o, ao mesmo tempo que adquiriam o livro, "Fernando Barão: (Quase) Toda a Minha vida", da autoria de Luís Alves Milheiro.


A mesa foi composta por Filipe Pacheco, vereador do Município de Almada, Maria D' Assis, presidente da União de Juntas de Freguesia de Almada, Fátima Barão Dias, filha do homenageado, Luís Milheiro, autor da obra e a professora Edite Condeixa e o dirigente associativo, Henrique Mota, que repartiram a apresentação da obra.

Para que este evento começasse de uma forma alegre, Francisco Gonçalves, contou uma das muitas anedotas que o Fernando Barão gostava de contar nos "Fogos de Campo", nos seus bons tempos de campista.

Depois foi a vez da Fátima Barão Dias, falar com emoção do pai, contando alguns episódios da sua convivência de setenta anos, com um homem especial, que sempre amou e admirou.

Maria D' Assis contou que conheceu Fernando Barão, quando entrou para a Santa Casa da Misericórdia de Almada, onde ele era o Provedor. Um Provedor de boa memória para todos.

Filipe Pacheco, em representação da Autarquia, deu a boa nova da atribuição do "Largo Fernando Barão", no conhecido, "Largo dos Bombeiros de Cacilhas", onde hoje fica o Centro de Turismo de Almada (que emocionou e alegrou todos os presentes...).

Henrique Mota deu o seu testemunho pessoal, sobre alguém que foi sempre o grande amigo de seu pai, e claro, seu amigo também. Enalteceu a sua importância no tecido associativo local, graças às suas qualidades humanas e ao seu saber.

Edite Condeixa começou a sua intervenção, recordando as visitas do Fernando à escola onde dava aulas (António da Costa), assim como de outros vultos da literatura almadense. A sua alegria e o seu humor contagiante, faziam as delícias dos alunos. Depois abordou de uma forma sintética a sua obra literária e as suas qualidades como "contador de histórias".

Entre estas intervenções, escutaram-se dois poemas da autoria do nosso Barão, lidos pelas suas bisnetas, Isabel e Luísa.

Luís Milheiro agradeceu a presença de tantos amigos e contou como tudo aconteceu, como nasceu este livro, eram as conversas com Fernando Barão na Verdizela, os almoços no "Solar das Tílias", sem se esquecer de dizer que este livro não é um "ajuste de contas" com ninguém, nem mesmo com a vida, mas sim a tentativa de esclarecer alguns pontos, com mais que uma versão. E não há nada melhor que a versão do próprio, do Fernando Barão...

Fátima Barão Dias fechou esta sessão memorável com a leitura do pequeno texto da sua autoria, que está presente no final do livro (juntamente com o testemunho do seu companheiro, também Fernando, e dos seus três filhos, Joana, Isaque e Pedro).

(Fotografias de Gil Marovas)


domingo, 13 de outubro de 2024

Uma excelente notícia!


Durante a apresentação pública do livro "Fernando Barão; (Quase) Toda a Minha Vida", da autoria de Luís Alves Milheiro, o representante do Município presente na Mesa de Honra do evento, vereador Filipe Pacheco, deu em primeira mão e publicamente, uma excelente notícia a todos os presentes. Notícia que muito emocionou os seus familiares e amigos mais próximos.

Falamos da atribuição do "Largo Fernando Barão", ao lugar que foi conhecido, popularmente, durante muitos anos, pelo "Largo da Bomba" (junto ao antigo quartel dos Bombeiros Voluntários de Cacilhas, hoje Centro de Turismo de Almada).

Foi uma escolha muito feliz, porque além de fazer parte de Cacilhas, a localidade onde Fernando Barão nasceu, era junto a este largo que morava a menina Isabel, que ele namorou à janela durante anos e que viria a ser a sua esposa e companheira durante quase toda a vida.

Foi também a propósito deste lugar que o Fernando ganhou a alcunha do "Vai à Bomba" (pelas razões referidas anteriormente).

Pensamos que o Município não poderia ter feito uma melhor escolha...

(Fotografia de Luís Eme - Cacilhas)


sábado, 12 de outubro de 2024

O que se diz e o que fica por dizer (o improviso é isso)...


Provavelmente devia esperar por amanhã, para falar de hoje.

Sabia que a sala iria estar cheia, mas não estava à espera que aparecessem mais de cem pessoas ao lançamento do livro que escrevi com Fernando Barão, numa das homenagens com mais sentido, na comemoração do centenário do seu nascimento (isto aconteceu graças ao homenageado e não ao autor da obra...).

Tinha pensado não levar nenhum papel escrito. Mas acabei por levar umas notas. Claro que durante a minha intervenção falei sempre de improviso e afastei-me algumas vezes do livro e quase sempre das notas, porque a minha convivência associativa e cultural com este amigo, levou-me a divagar aqui e ali.

Embora não me tenha esquecido de nada de muito relevante, sei que poderia ter feito referência a uma ou outra pessoa (nem sequer agradeci as palavras do Henrique e da Edite, que apresentaram a obra...). Chamaram-me a atenção para um destes "esquecimentos" na mesa (do Luís, que fez uma leitura crítica mais importante que a própria revisão do livro).

Nos outros não sei, mas em mim é natural estes esquecimentos. Tento falar apenas do essencial. Isso fez com que posteriormente ficasse com a sensação, de não ter falado tanto quanto devia da minha relação com o Fernando, até por estarmos quase sempre de acordo nas questões ligadas à cultura e ao associativismo. Algo que acontecia de uma forma natural, e aberta, sem usarmos qualquer tipo de subterfugio.

Embora pense que isso está bem espelhado neste nosso livro.  

Poderia ter falado também do Henrique (pai), do Orlando e do Carlos Guilherme, tão importantes também na minha caminhada cultural e associativa por Almada. Podia, mas não era o mais relevante.

Relevante foi ter na primeira fila dois amigos, cuja idade somada, está a aproximar-se a passos largos dos 190 anos, e não lhes agradecer de forma devida, a amizade, o companheirismo e a tolerância (que faz deles dois dos melhores seres humanos que tive a oportunidade de conhecer nesta Cidade, que praticou durante tantos anos a solidariedade, enquanto acto cívico e não "arranjo floral" de discursos.

Mas tanto um como o outro sabem o que penso deles. E que bom que é continuar a ter amigos como o Chico (que abriu a sessão com uma bela anedota do Fernando...) e Diamantino, "vivinhos da silva", que o que precisavam mesmo era de "uns joelhos novos" (tal como acontecia com o Fernando, o que ele mais se queixava era dos joelhos)...

Mas a vida é isto. Quando falamos de improviso, há coisas que dizemos, que "estavam fora do programa", e muitas outras, que ficam por dizer...

Nota: Texto publicado inicialmente no "Largo da Memória".

(Fotografia de Elsa Carvalho - Cacilhas)


quinta-feira, 10 de outubro de 2024

O livro, por fora e por dentro...


Raramente se fala do livro, ainda que de uma forma resumida, da sua temática, do que existe lá dentro.

Por fora, acaba por ser mais simples (a capa e a contracapa...), a capa é viva e cheia de cor graças à aguarela de Mártio, com um motivo actual do Largo de Cacilhas, com a presença dos dois "autores". A contracapa tem uma fotografia de Luís Eme e um texto de Ermelinda Toscano.

Mas vamos lá ao interior, ao indice:

Começa por ter a apresentação feita pelo autor (cada vez menos adepto de prefácios...), depois fala da infância e da família de Fernando Barão; segue-se o Associativismo, a parte maior do livro, tal foi a sua importância na vida do Fernando, com passagens por todas as suas colectividades; não menos importante foi a Cultura (a que tentou fazer nas suas colectividades e a outra, de cariz mais individual, mesmo que tenha sido feita sempre a pensar nos outros (a fotografia e os livros); ainda dentro da cultura mas com abordagens individualizadas, seguem-se o jornalismo, a literatura; não menos importante é a política (pela forma aberta com que fala de tudo e de todos) e depois os lugares da sua vida.

Seguem-se alguns anexos, com uma relevância biográfica assinalável: "Retrato cronológico de uma vida";  "Currículo literário"; "Currículo associativo"; "Galardões e homenagens". 

E depois acaba da melhor maneira, com os testemunhos da filha, do genro e dos netos do Fernando, usando o título da homenagem do Centenário, "100 Anos e Sempre Barão".


terça-feira, 8 de outubro de 2024

"Fernando Barão: (Quase) Tudo o Que Vivi"


O livro, "Fernando Barão: Quase Tudo o Que Vivi", que será apresentado no próximo sábado, da autoria de Luís Alves Milheiro, é o resultado de várias conversas entre estes dois amigos, que aconteceram na Verdizela, nos anos de 2018 e 2019. 

Conversas que depois foram complementadas por duas entrevistas anteriores (uma delas publicada no boletim "O Scala"), por artigos publicados na imprensa local, em boletins associativos e ainda algumas das histórias pessoais, presentes nos seus livros.

Isto aconteceu porque apesar de ter ainda uma boa memória aos 94 e 95 anos, surgiam sempre algumas dúvidas, nas viagens que fazia pelo passado, pela história das suas colectividades, e claro, da sua vida. Era o próprio Fernando, que sugeria a consulta dum ou outro livro. Ou a conversa com uma ou outra pessoa, que também tivesse sido "actor", num ou outro acontecimento.

(Fotografia tirada em 2019, meses antes de nos deixar, durante uma das últimas entrevistas...)


domingo, 6 de outubro de 2024

sexta-feira, 4 de outubro de 2024

Os 176 anos da Incrível Almadense


Durante este mês de Outubro festeja-se mais um aniversário da Sociedade Filarmónica Incrível Almadense, nada mais nada menos que o seu centésimo septuagésimo sexto.

São muitos anos a dar música, recreio e cultura a Almada, desde a pequena Vila à hoje grande Cidade.

Fernando Barão sempre sentiu uma ternura e um respeito muito grande pela "Sociedade Velha", que continua a ser, o que sempre foi, a Catedral do Associativismo Almadense.

Foi com grande orgulho que foi diversas vezes o seu Presidente da Mesa da Assembleia Geral. E é seu sócio honorário.

Nesta fotografia (cujo autor desconhecemos, embora possa ser da autoria de um destes dois Incríveis, Vitor Soeiro ou Júlio Dinis) Fernando Barão está na companhia do grande historiador da nossa Incrível, António Henriques.


terça-feira, 1 de outubro de 2024

Depois do folheto de março vem aí o livro em Outubro...


Durante a cerimónia de homenagem a Fernando Barão, em que as suas colectividades se uniram e festejaram o Centenário do grande associativista e escritor almadense, foi oferecido a todos os presentes um folheto, editado pela União de Juntas de Freguesia de Almada, organizado pelos seus familiares, a partir do trabalho de investigação de Luís Alves Milheiro.

E agora, em Outubro, será tempo da apresentação de um livro diferente, em que é o próprio Fernando Barão que conta a história da sua vida, num conjunto de várias conversas com o amigo Luís Alves Milheiro.


Poemas com Dedicatória (um)

Um Homem Um homem que altura tem? Como se mede a sua dimensão? Será que é o metro que convém Quando se quer medir um coração?   A medida dum...