sábado, 30 de março de 2024

Fernando Barão: os seus mais de 109 anos de Dirigente Associativo em Almada


Na pesquisa que realizámos para a homenagem que o Movimento Associativo prestou a Fernando Barão, na comemoração do seu nonagésimo aniversário (que felizmente pudemos contar com a sua presença e sentir o quanto estava feliz por ver tantos amigos a associarem-se a esta festa bonita), verificámos que Fernando Barão tinha ocupado durante 109 anos cargos directivos nas suas colectividades: Ginásio Clube do Sul; Clube de Campismo do Concelho de Almada; Sociedade Filarmónica Incrível Almadense; Santa Casa da Misericórdia de Almada; SCALA - Sociedade Cultural de Artes e Letras de Almada; O Farol - Associação Cívica de Cacilhas. E não contabilizámos os anos em que também fez parte da Associação de Comerciantes do Concelho de Almada, da Federação Portuguesa de Campismo e Caravanismo, da Federação das Colectividades de Cultura e Recreio e dos Rotários de Almada...

Mas estes 109 anos são muito mais que um número. Porque durante estes anos Fernando Barão foi sempre figura cimeira das suas associações, ocupando os seus principais cargos, e mais que uma vez. Nunca foi uma "figura decorativa", foi sempre um Activista Associativo.

Exerceu o cargo de Presidente da Mesa da Assembleia Geral nas seguintes Colectividades: Ginásio Clube do Sul; Clube de Campismo do Concelho de Almada; Sociedade Filarmónica Incrível Almadense; Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Cacilhas; SCALA - Sociedade Cultural de Artes e Letras de Almada; O Farol - Associação Cívica de Cacilhas.

Foi também Presidente de Direcção do: Ginásio Clube do Sul; Clube de Campismo do Concelho de Almada;  SCALA - Sociedade Cultural de Artes e Letras de Almada.

Na Santa Casa da Misericórdia de Almada foi Provedor durante 12 anos.

E é importante não esquecer que foi também um dos fundadores do Clube de Campismo do Concelho de Almada, da SCALA - Sociedade Cultural de Artes e Letras de Almada e de  O Farol - Associação Cívica de Cacilhas.

(Fotografia de Luís Eme)


quinta-feira, 21 de março de 2024

100 Poemas de Fernando Barão (3)

 

Almada

Conquistada por Afonsos e por Sanchos,
Com cruzados e infiéis no entremeio, 
Pertenceste a Sant'Iago no após
E Esses cruzamentos no teu seio
Deram-te a imensa universalidade, 
E uma alternância sem receio,
De ficarmos eternamente sós.

Agora estás atingindo a maioridade:

São oito séculos mais à frente.

Transformaram-te em Cidade
Carregadinha de gente.

São mulheres e homens calejados
Que hoje firmam o seu querer,
Dão lições de muita fraternidade
Atingindo plenamente objectivos...
Foste a Almada da Mina de Ouro,
Mas é nos indices colectivos,
Que manténs o teu maior tesouro.

[Fernando Barão, in "Escapes de uma Vida"]


                                                          domingo, 17 de março de 2024

                                                          «A Festa foi boa, Fernando»


                                                          «A festa de ontem, foi boa, Fernando, na nossa Incrível.

                                                          Deves ter gostado de tudo.  Do pequeno documentário realizado pelo teu neto, Pedro, que além de muitas imagens com história, tem o testemunho de vários amigos e também dos teus familiares mais próximos. Claro que há um testemunho que sobressai sobre todos os outros, o da tua filha Fátima, por ser provavelmente quem melhor te conhece e também quem mais te ama, de entre todos nós, que estamos no lado de cá.

                                                          Por isso o seu testemunho teve muita informação, alguma mais pessoal, mas o que mais se salientou, foi o amor filial e o enorme orgulho de ser tua filha (e da Isabel, que esteve presente a teu lado, como sempre...), porque tu foste mesmo grande, a altura que constava no bilhete de identidade estava errada... Podias muito bem ser jogador de basquete, e dos bons.

                                                          Depois seguiu-se um pequeno concerto da Banda da Incrível, que como de costume, respira talento e juventude. E como tu gostavas de música e de filarmónicas. Não foi por acaso que foste um dos bons beneméritos deste agrupamento musical associativo, que nos anda a dar música há três séculos. Ias sentir-te orgulhoso desta homenagem de uma das muitas casas colectivas que amavas e onde deixaste a tua marca, como dirigente e como associado.

                                                          A festa podia ter acabado aqui, mas ainda havia a parte mais formal, com os discursos dos elementos da Comissão de Honra, que foram intervalados pela leitura de alguns poemas. 

                                                          Discursaram: Fernando Dias (o teu genro leu um testemunho de teu amigo Diamantino), Luís Milheiro, Henrique Costa Mota, Artur Vaz, Alexandre M. Flores, Rui Raposo (O Farol), Beatriz Ferreira (Ginásio Clube do Sul), Carlos Pinto (Bombeiros Voluntários de Cacilhas), Luís Ramos (Clube de Campismo de Almada), Fernando Viana (Incrível Almadense), Joaquim Barbosa (Santa Casa da Misericórdia), António Matos (Vereador do Município) Maria de Assis (União de Juntas de Almada), Ivan Gonçalves (Assembleia Municipal de Almada) e Ana Catarina Mendes (Ministra do Governo Socialista ainda em funções)

                                                          Declamaram poemas: Maria Gertrudes Novais, Fátima Dias Barão, António Boeiro (e outro senhor, que não fixámos o nome...).

                                                          Para a sessão acabar com "chave de ouro", vimos e ouvimos uma mensagem da Presidente da Câmara de Almada,  Inês Medeiros, que estava ausente do País, para ti.

                                                          E o mais importante, estava na plateia e nas galerias, muitos amigos que não quiseram perder esta oportunidade de te recordar e abraçar. Gratos pelo teu companheirismo, pela tua amizade e alegria, sempre contagiante.»

                                                          Nota: Crónica escrita em jeito de carta, para Fernando Barão, um amigo inesquecível, que como já perceberam, fez cem anos em Janeiro, e que iremos homenagear e festejar, até pelo menos, ao mês de Janeiro de 2025. Publicada primeiramente no "Casario do Ginjal".

                                                          (Fotografia de Luís Eme - Almada)


                                                          sexta-feira, 15 de março de 2024

                                                          100 poemas de Fernando Barão (2)



                                                          Aquelas Praias

                                                          Éramos como bandos de pardais livres como o vento. 
                                                          - Até as gaivotas deveriam ficar enciumadas -
                                                          Logo, a baixas horas,  os caminhos eram percorridos em tropel
                                                          O meio liquido estava ali à nossa vista para o regabofe
                                                          com as roupas que Deus nos ofereceu à nascença...
                                                          Margueira, Lavadeiras, Alfeite, refúgios dos que sabiam nadar
                                                          e dos que se agarravam à água...
                                                          Nos tempos frios a malta ficava nostálgica, sem brilho, 
                                                          sem fulgor, sem aquele visionamento de horizontes azuis
                                                          que se alongavam até terras do Ribatejo.

                                                          [Fernando Barão, in "Margem Sul"]


                                                          (Fotografia de Fernando Barão - a Praia das Lavadeiras no Ginjal) 


                                                          quarta-feira, 13 de março de 2024

                                                          Comemoração do Centenário do nascimento de Fernando Barão


                                                          A Incrível Almadense recebe no próximo sábado, às 15.30 horas, a cerimónia oficial da comemoração do centenário do nascimento de Fernando Barão, com a presença das forças vivas de Almada e de todos aqueles que se queiram associar a esta homenagem.


                                                          segunda-feira, 11 de março de 2024

                                                          100 poemas de Fernando Barão (01)


                                                          Iremos iniciar hoje a publicação de poemas da autoria de Fernando Barão. Serão 100, o número que se comemora neste 2024, ano do centenário do nascimento deste grande cacilhense.

                                                          E começamos esta viagem poética pela sua homenagem à figura maternal, dele e de todos nós:


                                                          Mãe
                                                            
                                                          A mãe é uma concha de cuidados,
                                                          de amor,
                                                          inspiração quase celestial
                                                          de beleza, de espírito, de fervor,
                                                          de benevolência arbitral,
                                                          onde todo o filho é querido:
                                                          nem maior, nem menor.
                                                           
                                                          Pautagem
                                                          que demarca o mundo da carícia,
                                                          sustentáculo da grande margem,
                                                          bondade que não é fictícia,
                                                          dando tudo, tudo, tudo,
                                                          como um sopro,
                                                          uma pequena aragem.
                                                           
                                                          Brisa de esperança,
                                                          casulo a transbordar imenso,
                                                          mar de preserverança,
                                                          altar ambientado de incenso,
                                                          sorriso ou lágrima
                                                          que desponta sem tardança.

                                                          [Fernando Barão, in "Escapes de uma Vida"]
                                                            

                                                          (Fotografia do arquivo da família)


                                                          domingo, 10 de março de 2024

                                                          Fernando Barão teve um papel fundamental nos primeiros 15 anos de vida da SCALA


                                                          Como já referimos, Fernando Barão foi a grande figura da SCALA durante os seus primeiros 15 anos de vida, começando a refrear a sua actividade a partir dos seus 85 anos de idade, com toda a naturalidade. 

                                                          Isso aconteceu, fundamentalmente, por ter sido um dos elementos mais válidos e presentes, no dia-a-dia da nossa Associação Cultural durante mais de década e meia. Não se limitou à sua história, a todo o seu passado como dirigente associativo e activista cultural, quis ir sempre mais longe, continuando a partilhar o seu conhecimento e a pôr em prática muitas das suas ideias.

                                                          Não foi por acaso que o Fernando foi escolhido como seu primeiro Presidente de Direcção (no biénio 1994/95). E estes dois primeiros anos de vida foram verdadeiramente decisivos, para o notável crescimento e implantação cultural da SCALA em Almada. 

                                                          Depois foi o seu Presidente da Mesa da Assembleia Geral de 1996 a 2007 (apenas com um interregno no mandato 2001/02), com um papel importante na resolução de vários problemas, que normalmente são apelidados - e muito bem -, como "dores de crescimento".

                                                          Além de ter sido o "Pai" das "Tertúlias do Dragão", uma das iniciativas mais marcantes da vida da SCALA e que teve mais de 100 edições em mais de dez anos, uma vez por mês. Foi também o proponente da atribuição do "Prémio Scalano", que teve sete edições e premiou gente de grande valia do Concelho. Fez também parte do júri do concurso de fotografia "Almada a Terra e as Gentes", mais uma excelente iniciativa cultural, que visitou todas as freguesias de Almada. E poderia continuar a falar de inúmeras iniciativas, que contaram com a sua colaboração e foram um sucesso local.

                                                          Foi por todas estas razões que nas comemorações do vigésimo aniversário da SCALA lhe foi atribuído, muito justamente, o diploma de "Sócio de Mérito".

                                                          (Fotografia de Luís Eme)


                                                          quarta-feira, 6 de março de 2024

                                                          "A SCALA festeja trinta anos em Março"



                                                          «A SCALA festeja 30 anos no dia 5 de Março.

                                                          Por essa razão, durante os meses de Março e Abril, iremos recordar 30 scalanos e scalanas, que deixaram a sua marca nesta caminhada de três décadas pelos trilhos da Cultura Almadense, e também referir algumas curiosidades.

                                                          E para começar, nada melhor que recordar e louvar os 15 fundadores da Sociedade Cultural de Artes e Letras de Almada: Fernando Barão, Diamantino Lourenço, Henrique Mota, Arménio Reis, Abrantes Raposo, Victor Aparício, Jorge Gomes Fernandes, Virgolino Coutinho, Henrique Costa Mota, João da Cunha Dias, José Luís Tavares, Álvaro Costa, Artur Vaz, Manuel Lourenço Soares e Gil Antunes.»

                                                          (Fotografia de Álvaro Costa)

                                                          Nota: Texto publicado no blogue da SCALA no dia 1 de Março, que transcrevemos aqui, por todas as razões e mais algumas. Informamos que por aqui também será o "mês da SCALA", focando a importância do Fernando Barão na vida desta Associação cultural.


                                                          sábado, 2 de março de 2024

                                                          "Fernando Barão: o elemento com mais importância e peso na SCALA"


                                                          «Nunca tivemos medo das palavras, e sempre estivemos atentos ao que nos rodeava. É por isso que dizemos, sem qualquer dúvida, que Fernando Barão foi o elemento com mais importância e peso  cultural da SCALA.

                                                          O crescimento  e a abrangência que se deu nos primeiros dez anos (impensável para muitos...)  de vida da SCALA, devem-se muito a ele. À paixão pelas coisas da cultura ele somava uma série de atributos humanos, que conseguiam conquistar gente de quase todas as áreas das artes e letras.

                                                          O que poderia ser uma simples Sociedade Literária (a maior parte dos fundadores estava ligada ao mundo das letras), estendeu-se para as artes plásticas, para a fotografia, e para todos os géneros de cultura, ao ponto de se darem passos para a organização de uma exposição artística anual, que hoje é a nossa "Festa das Artes da SCALA" (e já vai na sua 29.ª edição...).

                                                          O seu carisma, aliado à vontade de fazer, de criar, conquistaram alguns bons seguidores (como foi o nosso caso), porque finalmente tinha uma Associação apenas Cultural (sem o desporto e o recreio a confundir as coisas), para aproximar a cultura das pessoas, para que se tornasse mais fácil pensarem pelas suas cabecinhas. E depois tinha outra coisa muito importante, além de "influenciador", era um "facilitador", no que existe de melhor nesta palavra. Sempre que podia, tornava o difícil fácil, desarmando os "velhos do restelo" (que andam sempre à nossa volta), que preferiam o comodismo à activismo.

                                                          O Fernando, além de todas estas coisas, tinha ainda uma grande generosidade. Gostava de surpreender, ensinar e divertir os outros. Mesmo as anedotas que tanto gostava de nos oferecer, muitas vezes tinham uma importante componente social.

                                                          Provavelmente as "Tertúlias do Dragão" são aquilo que mais lhe conseguimos colar à pele, por tudo o que elas tiveram de positivo junto de muitos de nós: a oferta de cultura com a possibilidade de convivermos, sempre num ambiente de grande amizade e companheirismo, e até de cumplicidade.» 

                                                          Nota: texto publicado inicialmente no blogue da SCALA, o primeiro da série "Gente da História da SCALA", nas comemorações do 30.º aniversário da Associação.

                                                          (Fotografia de Luís Eme - Almada)


                                                          sexta-feira, 1 de março de 2024

                                                          USALMA Homenageia Fernando Barão


                                                          Fernando Barão foi recordado e homenageado na tarde de ontem, com um belo momento cultural, através dos testemunhos de amigos e também com a declamação de poemas e leitura de textos que fazem parte da sua obra literária, numa sessão dirigida pela professora Edite Condeixa (bem auxiliada como de costume pelas suas amigas e companheiras), que tem tido um papel fundamental, e único, na divulgação dos autores almadenses nas Escolas do Concelho.

                                                          A mesa de honra foi composta por Fátima Barão Dias (filha do homenageado), Maria de Assis (presidente da União de Juntas de Freguesia de Almada), Donitília Cardoso (directora da USALMA),  Maria de Lourdes Albano (presidente da Associação de Professores de Almada)  e Luís Milheiro,  escritor e amigo do autor, que fez a intervenção de fundo da homenagem, partilhando alguns dos aspectos mais importantes da personalidade deste grande vulto do Associativismo e da Cultura Almadense.

                                                          Foram partilhadas imagens com história de Fernando Barão, para de seguida se abrir a homenagem à plateia, com os testemunhos de Henrique Costa Mota, Maria Gertrudes Novais, Joaquim Barbosa, António Matos e José Manuel Maia, cujas intervenções nos ofereceram mais história, mais cultura e mais emoção, que ainda valorizaram mais esta iniciativa.

                                                          A sessão foi encerrada pela representante do Município, Cristina Pais, directora da Cultura, que além de agradecer a realização da homenagem, se mostrou bastante agradada por lhe ter sido dado a conhecer um Grande Almadense.

                                                          Foi sem qualquer dúvida, um belo momento de homenagem a uma das grandes figuras de Almada do século XX.

                                                          (Fotografia de Maria Gertrudes Novais)


                                                          100 Poemas de Fernando Barão (6)

                                                          Amor     Quando oiço a tua voz enfraquecida Olhando para o chão Fico a relembrar Tudo quanto eras querida.   Quando volteavas no ar Ao som d...