Zumbem sirenes pela rua
Os fachos luminosos em seus fadários
Alarmam por intermitências circulares.
Enfeitando os carros barulhentos
Lá vão os intrépidos voluntários.
Homens altivos a cumprir uma missão
Só receando que a urgência
Tenha de sofrer afrouxamentos.
Há valores que se estão a perder,
Vidas que correm perigo
E o caminho é só: o do DEVER.
Entretanto tu, pobre mortal,
Olhas o aparato, impaciente,
E continuas passeando ao lado de um amigo,
Vais até ao cinema ou ao café,
Como se na vida
Só isso tivesse significação.
Não pensas, nem meditas,
No esforço dos HOMENS DA VERDADE.
Até já perdeste a fé.
És um vencido,
Bem mais propenso para a maldade,
Um cego que nem sequer vê,
Que muito acima do teu comportamento,
Existem autênticos valores de HUMANIDADE.
[Fernando Barão, in "Escapes de uma Vida"]
(Fotografia de Luís Eme - Cacilhas)
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