quinta-feira, 11 de abril de 2024

100 poemas de Fernando Barão (5)

 

Farol de Cacilhas

Lembro o seu pragmatismo nas manhãs de nevoeiro
a caminho do liceu
havia ali uma luz cintilante e um sinal sonoro
que inspiravam força ao navegante
e tornavam a travessia confiante.
Um dia foi-se. Por quê, para onde?
Talvez para os confins do desconhecido.
A recordação, a saudade, fundamentavam-se
na indecoração das novas tecnologias.
Talvez por isso o seu lugar vazio
ainda atrai à vista.

[Fernando Barão, in "Margem Sul"]

(Fotografia de Luís Eme)

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